Mostrar mensagens com a etiqueta António Ferra. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta António Ferra. Mostrar todas as mensagens

segunda-feira, 30 de dezembro de 2013

O silêncio e a solidão


Um dia rebentaram-lhe os pulmões de tanto respirar tudo até ao fim.
Não conseguiu suportar as cóleras contidas nem a sujidade das ruas nem a metamorfose dos dias.
Um poeta disse-lhe «todas as noites parecem sair do mesmo céu, são pedaços de linho enegrecido».
Respondeu-lhe que metesse as metáforas no cu e desatou a correr, movida pelo álcool.
Depois, dirigiu-se a um jornalista, pedindo-lhe que fizesse uma reportagem sobre o silêncio e a solidão que envolvia os ratos em galerias fantásticas.


António Ferra, Marias Pardas