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sexta-feira, 14 de fevereiro de 2014

J'habite Lisbonne

« J’habite Lisbonne, comme si j'habitais à la fin du monde, quelque part où seraient réunis des vestiges de toute l'Europe. À chaque coin de rue, je trouve des morceaux d'autres villes, d'autres corps d'autres voyages. Ici, il est encore possible d'imaginer une histoire et de 1a vivre; ou de rester 1à, immobile, à regarder le fleuve, à feindre que le temps et l'Europe n'existent pas - et probablement Lisbonne non plus. »  AlBerto

domingo, 29 de dezembro de 2013

10 de julho 84 / r. forte / sines


Mas, no fundo, já nada é muito importante. Já não amo. Já não me dá gozo foder. Já não como com prazer. Durmo mal, canso-me depressa. Não sei onde ia. Chateia-me falar. Tudo me aborrece. Nenhum consolo para esta solidão. Às vezes, penso que são manias minhas. Que me disponho para este estado de grande desolação, propositadamente. Depois, tenho muito medo de saber que detesto o mundo. E medo de não encontrar remédio para isto. Nem o sono, o esquecimento de si mesmo. Nem o repouso do corpo ao sol, nem o abandono de tudo... nem o deserto onde poderia inventar um novo corpo, uma insuspeita vontade de continuar a viver.


Al Berto, Diários