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terça-feira, 10 de janeiro de 2012

Tempo de Tangerinas

                                                               Autor desconhecido

tempo de tangerinas

cárcere de aromas e ondas de sabores
adormecidos à mil anos
árvore das mil e uma asas
impávida ao ladrar dos cães
à volta das casas
e das sombras fugazes e das cores
e do teu sorriso à solta
ouço-te respirar e vigio-te a revolta
descansas incólume depois do deserto
mordendo areia
gomos de neblinas
realejo de vento junto ao poço
de um secreto desejo
de tempo ávido
de um alvoroço de tangerinas

Lisboa, 10 de Janeiro de 2012
Carlos Vieira