terça-feira, 13 de junho de 2017

Uma mão cheia de nada


À sorrelfa
se esgueirou
sorrateiramente
nunca mais ninguém
a viu
agora vive à sombra
da imperfeita memória
que por vezes mais afoita
e outras vezes timidamente
o espreita
quando desce
a tolerância ao frio
e na ausência se esfuma
e o deixa outra vez
uma mão cheia de nada
e outra de coisa nenhuma.
Lisboa, 13 de junho de 2017
Carlos Vieira


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